Há muito tempo tenho vontade de fazer uma campanha em prol dos pedestres e agora que o @TransitoManaus (twitter que dá dicas sobre o trânsito na cidade em que moro) começou a fazer campanhas a favor de um trânsito melhor, achei que era um bom momento para escrever algo a respeito.
Ultimamente resolvi ter um novo hobbie: atravessar na faixa de pedestres. Sem olhar para o lado. Supondo que os motoristas vão parar. Como é natural em outros países e cidades como Brasília e Gramado. A parte ruim é que eu moro em Manaus - AM.
Aqui não há respeito pelo pedestre (nem mesmo por outros condutores). De qualquer modo, sei que é direito meu e, claro, procuro evitar ruas em que os carros passam rápido, já que eu tenho tenho o poder de escolha de ir de carro quando tenho vontade. Em ruas pouco movimentadas e lentas o risco é menor, mas não é nulo. Os motoristas sempre acham que tem o direito de passar e desviar quando eu estou na frente deles. Há quem chegue ao absurdo de buzinar e achar ruim. Como assim? Não é o pedestre quem tem preferência? Com o tempo fazendo isso, esse tipo de atitude começou a me irritar mais e mais. Semana passada, por exemplo, eu estava atravessando em uma faixa de pedestres DENTRO de um supermercado, e a condutora não quis parar. Atravessei na frente do carro mesmo assim e ela me atropelou buzinou, freiando bruscamente. Mostrei que estava andando sobre uma faixa de pedestres e ela me xingou, pouco depois os demais passageiros do carro também o fizeram.
Eu já fiz o teste: Parar em todas as faixas possíveis num caminho longo para qualquer lugar nunca me fez demorar sequer 5 minutos a mais, e se eu já estiver atrasado, que diferença faz 5 ou 2 minutos?
Uma coisa que me chateia quando estou dirigindo e paro na faixa são os pedestres que agradecem. Gente?! Não estou fazendo mais que a minha OBRIGAÇÃO! Isso tem que ser o natural de qualquer motorista. Agradecer faz parecer que estou fazendo um favor ao seguir as leis de trânsito.
Algumas pessoas reclamam de quem atravessa em qualquer lugar, mas como um pedestre vai procurar uma faixa pra atravessar se ele sabe que nenhum condutor respeita? Ah, em alguns pontos existem as passarelas. Se você nunca veio a Manaus pode acreditar que isso é uma solução razoável, mas não é. Na maioria das passarelas (que são poucas) não há proteção contra chuva ou sol - e aqui qualquer segundo a mais no sol é um tormento - e o tempo que se gasta até chegar à passarela, subir, atravessar e descer não parece valer a pena pra quem está fritando ou se molhando. Se é tão difícil convencer um motorista, que está no seu ar condicionado, sentado e tranquilo a esperar poucos segundos para uma pessoa atravessar, como esperar que seja fácil convencer um pedestre suado e cansado a andar mais, subir e descer escadas, perdendo vários minutos a mais e sofrendo com o clima característico da nossa cidade?
Acabei encontrando um video excelente do CQC falando sobre esse assunto, em que o Rafinha Bastos fez exatamente o que eu tenho feito, apresentando dados interessantes - e alarmantes. Assistam e repensem suas atitudes no trânsito:
Manaus, não precisa "copiar" Gramado ou Brasília. Pode começar imitando um Estado vizinho, aqui da região Norte: Roraima. Na capital (Boa Vista), há anos os motoristas respeitam a faixa de pedestres. O grande problema da falta de educação no trânsito em Manaus, é a cultura da "esperteza", do "tirar vantagem". Tem gente (e não são poucos!) que andam na contra-mão pra não ficarem no engarrafamento, prejudicando ainda mais o trânsito. Em Manaus, ainda não descobri o que é pior: O amadorismo dos motoristas, que vem completamente despreparados e sem noção alguma de trânsito, ou o amadorismo das autoridades, que ao invés de cooperar para a fluidez do trânsito, conseguem, milagrosamente, piorá-lo: vide os "semáforos humanos", os estacionamentos ilegais q no fundo são legalizados, pois não existe punição, etc...
ResponderExcluirps: Falo pra cacete, hein? GZUIX!
Júlio, sei como é isso. Desde que escrevi um post no @cretinafeelings sobre Faixa de Pedestres passei a me policiar como condutora. Eu sempre lembro que uma hora eu estou motorista, mas outra hora eu posso estar à pé. Enquanto motorista, tenho feito o teste de parar nas faixas (a até mesmo quando não há) para os pedestres atravessarem. E raras foram as vezes que o motorista de trás não buzinou ou me xingou por ter parado antes da faixa pra dar passagem. Irritante! Semana passada, enquanto pedestre, quase fui atropelada junto com minha mãe na faixa de pedestres em frente ao La Salle (ou o que era pra ser a faixa, já que ninguém pede/manda/implora para pintarem a pobre faixa). O motorista de um carro parou, mas o condutor do microônibus, mesmo vendo que estávamos SOBRE a faixa e que os outros carros tinham nos dado passagem, se recusou a parar. Minha mãe quis correr, mas eu não corri. O pedestre não tem que atravessar correndo! Ele não parou. E por milímetros não nos atropelou NA FAIXA. Já disse à minha mãe (que é aluna naquela faculdade) que vão esperar algum aluno ser/morrer atropelado ali pra tomarem uma providência, porque medidas PREVENTIVAS é difícil tomarem. Geralmente só agem quando uma tragédia acontece. Eu tenho feito minha parte, mesmo ouvindo buzinas e xingamentos. Mas tenho feito. Espero que um dia esta situação melhore. Mesmo!
ResponderExcluirHá umas 2 semanas foi pseudo-atropelado na rua entre o Manauara e o Carrefour: o motorista de uma hilux não parou enquanto eu estava atravessando, nem eu (pelo menos ele estava devagar). Quando chegou perto o suficiente pra eu ver que ele ia bater mesmo eu bati com a mão na lataria e ele parou e pediu desculpas... só assim mesmo.
ResponderExcluirMas o episódio mais traumatizante (e engraçado) de todos foi quando eu era criança e minha mãe fez a mesma coisa, só que bateu com força no capô de uma BMW, aí o dono saiu correndo atrás da gente... uma aventura e tanto, digna de sessão da tarde.
No dia seguinte fomos à casa da minha madrinha e descobrimos que o dono da BMW era vizinho dela. A gente ainda teve que se esconder por ter cometido o crime de atravessar uma rua. Ê vida bandida viu...
Falta considerar uma coisa em Manaus.
ResponderExcluirAssaltos que ocorrem NA passarela. E os pedestres simplesmente não tem como reagir, correr e etc.
Isso não acontece só aí em Manaus. Aqui em Florianópolis e em Curitiba os motoristas não respeitam nem um pouco o pedestre. Em Curitiba, apesar de só ter ficado por lá uns 15 dias, a coisa é bem tensa, e os que menos respeitam são os motoqueiros, quase fui atropelada umas quantas vezes por eles, que além de não respeitarem os sinais na maioria das vezes, quando respeitavam paravam em cima das faixas. E quem já andou em Curitiba sabe que as ruas são bem largas, e não tem nem como dar uma de "espertinho" e sair correndo pra atravessar a rua enquanto o sinal está mudando.
ResponderExcluirO trânsito em Florianópolis já daria um texto quilométrico. O pessoal daqui costuma dizer que quem anda aqui, anda em qualquer lugar. As ruas são super estreitas, tem 480293843 carros estacionados dos dois lados, pessoal NÃO DÁ SETA quando vai dobrar, e não respeita nem áreas escolares. Estudo no centrão da cidade e já fui quase atropelada umas quantas vezes por motoristas descuidados que não param na faixa ou não dão sinal que vão dobrar.
Semana passada aconteceu algo engraçado, eu estava em Balneário Camboriú, e lá, incrivelmente os pedestres são maioria. A cidade é pequena, litorânea e extremamente turística. Há um calçadão gigantesco na avenida que é de frente pro mar, e eu estava voltando para o meu prédio (nesta avenida) e tinha um carro e uma moto vindo. O cara da moto diminuiu a velocidade, mas o do carro não. A parte engraçada é que eu falei bem alto, o seguinte:
"Poxa tio, não aprendeu que quando tem gente na faixa tem que diminuir, e não acelerar?" Tinha mais umas 3 pessoas no carro e elas ouviram e começaram a rir.
Bom, falei falei falei, mas o que eu quero realmente dizer é que todo este problema é puramente falta de educação e desonestidade, porque sim, isto é um descumprimento de leis. Esse pessoal que não para na faixa é o mesmo que fura a fila e tenta levar vantagem em tudo. Sad.